Autoridades detêm mais de 130 imigrantes na Carolina do Norte
- 17/11/2025
O Governo liderado por Donald Trump elegeu Charlotte, uma cidade democrata com cerca de 950 mil habitantes, como o mais recente foco de uma intensificação da fiscalização da imigração, visando combater o crime.
Os moradores da cidade relataram atuações dos agentes de imigração perto de igrejas, condomínios e lojas, noticiou hoje a agência Associated Press (AP).
"Vimos agentes mascarados e fortemente armados, em trajes paramilitares, a conduzir carros descaracterizados, a visar cidadãos norte-americanos com base na cor da pele, a praticar perfilagem racial e a abordar pessoas aleatoriamente em parques de estacionamento e passeios", denunciou o governador Josh Stein, democrata, num comunicado em vídeo divulgado no final de domingo.
"Não nos torna mais seguros. Está a alimentar o medo e a dividir a nossa comunidade", frisou.
A secretária adjunta da Segurança Interna, Tricia McLaughlin, revelou em comunicado que os agentes da Patrulha de Fronteiras detiveram "mais de 130 imigrantes ilegais que violaram" as leis de imigração.
A agência destacou que os registos dos detidos incluíam a participação em gangues, agressões qualificadas, furtos em lojas e outros crimes, mas não informou quantos casos resultaram em condenações, quantas pessoas foram acusadas ou quaisquer outros detalhes.
O Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês), que supervisiona a Alfândega e Proteção de Fronteiras, afirmou que está a concentrar os seus esforços na Carolina do Norte devido às chamadas políticas de cidades-santuário, que limitam a cooperação entre as autoridades locais e os agentes de imigração.
Várias cadeias do condado da Carolina do Norte acatam "ordens de detenção", ou seja, pedidos das autoridades federais para manter um imigrante preso até que os agentes possam assumir a custódia.
Mas o condado de Mecklenburg, que inclui Charlotte, não aceita as ordens e, além disso, o departamento de polícia da cidade não auxilia na fiscalização da imigração.
O DHS alegou que cerca de 1.400 ordens de detenção em toda a Carolina do Norte não foram cumpridas, colocando o público em risco.
Os tribunais dos EUA têm confirmado, de forma reiterada, a legalidade das leis das cidades-santuário.
Manolo Betancur, proprietário da Manolo's Bakery, uma padaria latina que opera em Charlotte desde 1997, fechou o seu estabelecimento temporariamente porque, segundo ele, os agentes de imigração visavam os seus clientes.
No sábado, a poucos quarteirões da sua loja, viu agentes a agarrar pessoas que caminhavam pela rua.
"Vi com os meus próprios olhos. Simplesmente empurravam as pessoas para o chão", garantiu.
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